sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Em algum caderno

Deixei morrer as flores de meu jardim
Morreram gritando por esperança
Mas fingi tampar os ouvidos e o coração
E sai pretendendo nunca mais voltar.
Encontrei um caderno na rua com linhas a acabar
Imundo, perdeu-se no tempo
Que já não o consola, suas histórias não podem mais o salvar
Lendo-o, não sei o que senti e não sei o que eu sinto agora.
Perdi-me enforcado em angustia, senti arder em dor o meu peito
Mas continuei sem saber por onde andava e segui o caminho que me sujeitei
Porém, fui fraco o suficiente para cair, e caí
Risos desconhecidos inflamaram meu ego corrompido.
Dentre a dor e o rancor, adormeceu-se o amor
Brotou ódio em conhecidas ilusões
E condenado a vida, condenei-me a realidade.
Não resta-me vontade para viver ou para morrer
Não há desejo em descobrir o que virá a me ocorrer
Apenas sigo sem decidir, guiado pelo acaso sem cessar
E assustado, reconheci o lugar onde fui parar.
Retornei para casa com meu caderno desconhecido
Reconheci-me então
Joguei-me em pranto sobre as cinzas do passado
E lendo as novas e últimas palavras no fim do caderno
Acabou-se, acabei.

Jeniffer M.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

A mercê do meu próprio eu

Estou a mercê do meu próprio eu
Choro pelas ruas não escondendo minha solidão
Perguntam-me porque choro e confesso-lhes de antemão
Choro pois estou só em um mundo sem explicações.
Estas pessoas me causam repulsa, desistiram de pensar
Não querem mais saber o que são ou deixaram de ser
O que faz no mundo sem crer em você?
Mas é descrevendo-os que quase me reconheço
Desejo então tornar-me um inapto.
Eu que admiro as águas que correm em meus pés
Canto como pássaros em meu pequeno coração
Adormeço com a fria brisa do anoitecer que cheira a morte
Não possuo liberdade para ser o que eu quiser.
Tentei abandonar o que estava prestes a me tornar
Larguei meu povo sorrindo, e eles igualmente me sorriram
Perdi meu passado por não desejar perder-me no presente
E agora, não há nação que me aceite.
O que farei eu em instável situação? Não farei
Continuarei a sonhar mais do que viver
E acordado continuarei a me embriagar
Pois é embriagado que esqueço os motivos que me fizeram assim ficar
E começo a cantar, começo a sorrir, volto a ser uma criança iludida.
Mas na realidade, sou crescido e julgado como louco
E não tenho certeza sobre minha sanidade
Dolorido é pensar que loucos são os outros que vivem sem pensar
Então declaro, cansei de tentar me encontrar neste mundo que não foi feito para mim
Quando é que meus olhos deixarão de se abrir?

Jeniffer M.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Apaixonei-me por mim

Confesso-lhes repulsivos apreciadores de minhas desgraças
Apaixonei-me pelo ser mais imperfeito e interessante que posso conhecer
Que é exatamente o contrario do que detesto em vocês
Como poderia amar outro se não eu?
Após reconhecer que eu existia, nutri-me de esperança
Agora aguardo para podermos viver
No mesmo mundo que desejamos, do mesmo jeito que gostamos
Desejo-me e anseio pelo dia em que me encontrarei.
Sabemos de todos os nossos defeitos
E apreciamos as mesmas música ao anoitecer
Desfrutamos do mesmo prazer da mesma bebida
E selamos o mesmo compromisso com a mesma falta de responsabilidade.
As pessoas sofrerão por causa nosso descaso, assim como já sofrem
Mantemos e manteremos o mesmo tipo de relações casuais
Continuaremos sendo julgados pelo mesmo tipo de pessoas
E seremos igualmente fúteis e excêntricos.
Não pretendemos nos casar, não queremos nos igualar aos demais
Fugimos constantemente da monotonia da vida
E cansados rimos separados do diabo
Corremos enquanto é tempo, a morte está a nos espreitar.
Resolvi brincar de Deus e criei um mundo para mim
E dentro dele me perdi
O acaso nos desuniu e o meu eu afastou-se de mim
Agora estou aqui, e o meu eu está por ai.
Aguardamos aflitos para voltarmos a viver juntos no mesmo mundo
Mas agora que sabemos que existimos, concluímos
Nos desejamos tanto que é difícil acreditar que já estivermos juntos
Talvez nunca estivemos.
Entendam meus falsos amigos de falsos amores
Meu cigarro aceso e meu copo de vinho amargurado
Ajudam mais do que as mentiras pronunciadas
E pensando assim, em algum lugar estou.
Ou não esteja em lugar algum...

Jeniffer M.

sábado, 12 de novembro de 2011

Capacidade de imaginar

Ganharam sem querer para deixar de perder
Quiseram sem sentir ou saber o porque
Abandonaram a realidade que está sempre por aqui
E consideram verdadeira arte a capacidade de imaginar
Diferente daqueles que deixaram de sonhar
São capazes de viver o que não viveram, de sentir o que desconhecem
Fazem jus a capacidade de artista ser.
E eu que nada sei e pouco sinto
Vivo a escrever sobre quem não sou
Fugindo da realidade, esqueci quem eu sou
Estou longe de quem eu deveria ser
Longe de viver aquilo que espero ter perto de mim
Longe de tornar arte a minha pobre imaginação.

Jeniffer M.

sábado, 5 de novembro de 2011

O seu bom e injusto Deus

Pregadores bateram a minha porta
Diziam para não temermos o fim pois este não existe
Afinal, continuaremos existindo de outra forma em outro mundo
Um mundo melhor do que este que estamos acostumados.
Mas isto é o que vocês esperam, isto é o que vocês esperam que seja verdade
Lidam com a morte criando ilusões, ilusões que recompensam a vida e inebriam o medo
Não os julgo, não os condeno
Cada qual encontra um meio para lidar com a realidade
Mas se encontraram um mundo melhor por que não abandonam logo este mundo hostil?
Matem-se então!
E não venham culpar o demônio quando deveriam culpar seu bondoso Deus
Deus amável e egoísta que trancou-se atrás dos portões do paraíso
E os condenarão ao inferno por desejarem algo melhor
O inferno está aqui, os demônios somos nós
Não temam a renegação divina
Já fomos renegados, já fomos condenados
Matem-se e implorem por piedade.
Deus, Deus, Deus... O bom e justo Deus
Leve seu rebanho para teu lado, mate-os então
Deixe os maus demônios condenados a vida
Matem-se, morram todos de uma vez!
Mas os pregadores apenas foram bater na porta ao lado.

Jeniffer M.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Histórias que não vivi

Não bebi café pela manhã
Não aumentei minha baixa autoestima
Não ousei dizer quem eu era
Não tentei dizer o que sentia
Não relacionei-me comigo
Não amei um animal
Não beijei a família que eu chamava de minha
E sai.
Embriaguei-me com pessoas
Droguei-me com ilusões
Conheci amigos na mesa do bar, nas sarjetas da rua
Fiz o que faziam
Disse o que não sentia
Evitei pensar nos outros
Pois achava que estava pensando em mim
E sorri.
Ao voltar, percebi
Estava eu trancada em casa ao escrever um livro desconhecido.

Jeniffer M.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Me encontre

Dizer a você o que? Para que?
Possuo apenas pensamentos desnorteados
Abatendo sobre a certeza instável, provisória e escolhida
Carrego em meu peito olhares sem respostas
Respostas sem perguntas
Perguntas sem fundamento
Feitas e não ditas.
Escondo a verdade sem palavras
Mas denuncio-a com o olhar
Eu nunca tentei dizer, e nunca tentarei
Apenas conto com o acaso para mostrar-te a verdade
Olhe mais de perto, você irá notar.
Mesmo que dissesse tudo ou quase nada
Seria eu a me contradizer, perdendo-me em meu coração
Este coração apodrecido que sonha em pegar fogo
De que vale pensamentos perdidos, futuramente esquecidos?
Como sou, como é, como quero, como quer.
Aprecie um animal sentimental desejando o outro em si
Como um animal abatido tentando regozijar-se
Como desejou água, aventura e fim
No deleite, no prazer e satisfação.
Estou me confundindo noite a dia todos os dias
Imaginando tua boca sorrindo na imensidão
Pois cansei de comemorar a solidão ao anoitecer
Em lugares desconhecidos e escuros
Que encobrem defeitos aparentes a vaidade.
Está longe do saber o que pretendem fazer, sobre o que não pode parecer
Sou alma intrínseca aberta para te ter
Olhe para trás, estou a esperar-te
E de minha boca não saberá.
Observe a beleza da futilidade humana
É a vida a nos apartar sem necessidade de conhecimento
De que importam nomes?
Perdem-se na multidão
Não importa onde esteja, importa-me como esteja
Importa-me em controla-lo na carne.
Existem outros com vontades insaciáveis esperando saciarem-se
Que invadem-me de corpo e alma, longe do coração
Não desejo perder-me nesse futuro ordinário que me restou
Me perdi e encarecidamente lhe peço,
Me encontre.
Estou te procurando em baixo de tetos vazios
E não encontro nada que se assemelhe
Então espero pelo dia que dirá que não foi fácil me encontrar
Mas encontrará e todos esses desejos serão deleitados.
Aguardo acorrentada o dia em que me libertará
Destas correntes em que trancafiei-me
Espero o dia em que sentirmos febre
E recomeçaremos um futuro desconhecido
Que acabará aos nasceres do sol
E assim, não te esquecerei.
Mas caso não me encontre, morreremos no final do ano
Nada será real, tudo há de se perder
O tempo está a acabar, e você? Onde está?
Me encontre em teu corpo, logo.

Jeniffer M.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Cinzas de uma flor que deixaram morrer

Encontrei em alguém admiração
Alguém que pouco fez para mim 
Alguém que fez perder-me em devaneios
E me perdi, e me esqueceram.
Agora meu mundo está simplório
São poucos aqueles que despertam fogo em uma flor
Mas as chamas cessaram, ficaram as cinzas
Vivendo uma heresia insatisfatória pessoal.
Mas o que querer eu que pouco sei, pouco sou
Contentar-me-ei com a nivelação social
Igualar-me-ei a pessoas que despertam-me repulsa e desinteresse
Assim como sou, deixarei de ser.
Estão desperdiçando tempo em diálogos desnecessários
Possuem conceitos que recaem a me julgar
E eu igualmente os julgo com teses sem fundamentos
Eis então que surge a famosa contradição a me contrariar.
Pergunto-me sobre o que ouso sentir
Questiono-me sobre o que ouso pensar 
Então sou aquilo que quero ser
Ou sou as cinzas de uma flor que deixaram morrer?
O vento está a me carregar e a te afastar
Perco-me em cada esquina, pisoteiam-me com elegância
Eu que pensei ser muito, fui reduzido a pó
E dentre cartilagens destruídas e falsas frenesias, encontro-me.
Caminho descalço por caminhos de vidro
Procurando orgias para me esquecer que um dia desejei te ter
São pessoas insignificantes que me restaram 
Sem deleites, sem interesses emocionais.
Percebo agora que me arrisquei sem saber em que me metia
Um jogo desonrado e fracassado interessado em causar danos
Escuro caminho com um óbvio fim, foi isto em que vim parar
É isto, apenas isto que me restara.

Jeniffer M. 

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Criador totalmente espirituoso

Pudera eu ter uma historia sem final
Porém, meu escritor não é tão bom assim
E para mim, reservou um fim.
Quisera eu não saber que terminarei na última palavra da última página.
Fui agraciado com a chance de saber que pouco sei
Pudera eu realmente querer
Meu criador, totalmente espirituoso
Agora graceja a gargalhadas sobre estas linhas desesperadas
De sua própria autoria.

Jeniffer M.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Palavras eternas

Escrevi uma carta que nunca chegará ao seu destinatário
Escolhi as palavras mais agradáveis para tentar amenizar aquilo que julguei como verdade
Não se trata de uma carta de amor
Se tratá justamente da falta
Já transcrita, será eterna
E eu, que dei eternidade a palavras, estou sujeito a qualquer fim
Injusto? Sim.
Em algum momento foram verdadeiras
Mas o remetente está sujeito a mudanças
E a qualquer segundo no tempo a carta poderá tornar-se mentira
Somos os mesmos mudando a vida toda
Ou somos muitos a vida inteira
Não sei, não tenho certeza de nada
Apenas acho, acho que sou
Um momento instável, talvez
Não digo que ter certeza é algo incerto
Quem sou eu para afirmar algo? Quem são vocês?

Jeniffer M.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Meu professor

Meu professor, a qual eu como aluna desconhece
Fiz de teu coração meu próprio intelecto
Perante tanta admiração tornas-te pura inspiração
Me ensinaste a ser vil e todo o resto
E o que és de tu agora?
Conquistado por uma bela dama, foi vencido pelo amor
Abandonando assim teus próprios ensinamentos
Contrariando tudo aquilo que vivia e que dizia que sentia
E nunca iria sentir
Agora está ai, regozijado pelas ruas
Atrás de sua amada proferindo palavras de amor
Compre a ela flores, faça direito o papel de um boçal apaixonado.
Onde se encontra aquele que de melhor companhia possuía uma taça de vinho?
Desprezava sentimentos e pessoas
Usava todos e tudo aquilo que quisesse afim de se satisfazer
Não negava o que queria e que pouco sentia
Interessa-me teu corpo mulher, apenas.
Agora está tão longe de mim e de ti
Me restando apenas lembranças que agora lutas para esquecer
Como um mendigo alcoolizado nas esquinas
Indiferente a todo o resto que cruza seu caminho
Eu continuo por ai vivendo o que aprendi
Vivendo aparentemente na desgraça, na decadência
De forma estúpida e pretensiosa
Mas é assim que me agrada, que me desperta interesse
Mas por que abandonaste a si?
Ensinaste errado e só agora realmente se encontrou?
Apenas diga que não.

Jeniffer M.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Escravo de emoções

Me disseste que era eu uma pessoa racional
Questionei-o porque dizias aquilo
E respondeste: Tu pensas muito para tudo.
Discordei, porém em silencio permaneci
Pois me encontrava pensando sobre o que acabara de ouvir.
Quem estava certo ou menos errado em suas opinião referentes a mim?
Pois bem, apresentei meus argumentos contra tal conclusão desarrazoada.
Reconheço que penso muito, mas sabem sobre o que?
Penso apenas no meu próprio prazer, vivo o momento e me agrada o belo
Meu mundo resume-se no sentir
Apenas um boneco na mão de meus desejos, um escravo de emoções
Totalmente no estagio estética.
Podes continuar pensando o que quiseres, mas é isto que penso sobre mim
Por enquanto...

Jeniffer M.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Libertino

Eu, que era um virgem de vida
Fui desiludido ainda menino
Jogado ao mundo do qual só ouvia falar
Acostumei-me a desgraça
Diziam que era reles
Impuro e negligente
Julgavam as pessoas
Enojavam os viciados
Mas embriaguei-me nas esquinas
Sorri, achando graça
Pois havia eu me libertado
E descobri, há tanta beleza na sarjeta
Agora, sou fútil como todo mundo
Que comemora sem motivos
Podendo deleitar-me cada noite
Com tipos diferentes de gente
Corretos me julgam a toda hora
E eu encarecidamente lhes peço
Deem ordem a este mundo
Só assim causaremos desordem.

Jeniffer M.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Sem pudor, sem amor

Acordei cuspindo sangue por entre dentes carcomidos
Eu que sempre fui convalescente
Agora tenho a alma doente.
Vomitei verdades no café da manhã
Por que não me matas?
Arranque-me este coração em balbúrdia.
Embriaguei-me então
Agora desconheço os motivos que provem que estou vivo
E com desenvoltura caminho perdido.
Imergi em meus solitários pensamentos
Quantos erros nesta engrenagem
Sem pudor, sem amor.

Jeniffer M.

terça-feira, 31 de maio de 2011

Perdido entre o lixo

E lá estava ele, caminhando entre a fria névoa da manhã...
Praticamente invisível aos olhos daqueles que acomodaram-se a rotina e agora desprezam aquilo que julgam imundo, ele caminha para o nada que lhe aguarda.
Sentou-se a observar as gélidas pessoas que cruzavam seu caminho. Entristecido veio a consciência o fato, fora abandonado, tentava conformar-se com o anonimato.
Até que em meio a tanto caos, encontrara-me. Eu, abaixei os olhos desconhecendo o motivo pelo qual fazia aquilo, mas tive noção que era muita realidade para meu mundo de poucas verdades. Limitei-me a observa-lo, não confronta-lo.
Meu destino obrigou-me a ir e tive que me despedir de um rei perdido entre o lixo.

Jeniffer M.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Não é amor

De todas as historias que pude ter a chance de ouvir, foste aquela que eu menos confiei e a que mais desejei.
Te quis em silêncio, talvez ainda queira
Mas conformo-me, és passado
Agora sei, és constante em minhas palavras pois é constante em minhas lembranças
Mas não engano-me, não é amor
Apenas é...
O que?

Jeniffer M.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

A mais bela e poderosa dama

Qual a intenção da vida, viver ou morrer?
Por que não vive-la para morrer?
Tolo, não perca seu tempo tentando evitar o inevitável
Divirta-se a tempo de encontrar o fim.
Um dia em meio a gritos ou ao silencio, não sei, em uma overdose sentimental
Não quero pensar que apenas morri
Quero pensar: Eu vivi
Enquanto isso me divirto brincando com a morte
Até que um dia, vencido, reconhecerei a magnitude da mais bela e poderosa dama.

Jeniffer M.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Onde estou

Queria dizer que me encontro entre esses vastos sentimentos que todos costumam sentir...
Não importando se causariam lágrimas ou sorrisos
Alheios ou em mim.
Hoje já não me reconheço, não me encontro e não me sinto
Me tornei algo alheio a mim
Não sei quando e nem onde
Nem sei quem é este aqui, em mim, agora.
Só não me diga que este é realmente eu.

Jeniffer M.

domingo, 24 de abril de 2011

Com uma caneta em mãos

Encaro estas linhas ainda vazias
Procurando nesta grande variação do nada,
Palavras.
Mas é encarando-te linha vazia
Que consigo encontrar-me
Função esta que nenhum espelho seria capaz.

Jeniffer M.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Eu poderia conseguir?

Eu poderia guardar para você as mais desejadas formas de deleites.
Eu poderias dizer que te amo, mas isto não seria do meu feitio.
Quem disse que eu conseguiria? Nem ao menos eu mesmo sei.
Agora me perco em futilidades e me salvo na ilusão,
Ou não...

Jeniffer M.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Rimas

Dispenso rimas de meus versos pois estas só causam excesso.
Dizem que não são verdadeiras e não rimam para nós
Então de que vale rimar palavras quando a vida não rima para você?
Vale ter a chance de tentar fazê-la rimar.

Jeniffer M.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Minhas palavras

Minhas palavras de pouco valem quando não são posteriormente ditas a quem lhes foi dirigida, ou seja, sempre.

Jeniffer M.

domingo, 3 de abril de 2011

Passo todo dia em frente a uma rua e lembro todo dia de uma noite nessa rua

Era noite mas não fazia frio, pelo contrário, sentíamos calor. As pessoas se divertiam e confraternizavam sem motivo aparente. Era possível ouvir gritos que rasgavam a solidão, mas não pense em gritos agonizantes, eram gritos de liberdade. Casos formavam-se em meio a multidão onde a única regra era SENTIR. Variávamos entre o tudo e o nada, difícil saber se eramos anjos invadindo o inferno ou se eramos demônios festejando no paraíso.
Em meio a tudo isso, o tempo se encarregou de passar e perante tal desafio os grupos foram se dispersando, aliás, estão até hoje. Mas nós eramos fortes no instante em que permanecíamos juntos. As circunstâncias nos arrastaram para uma rua, passamos por lá, conversando e próximos. Nada de mais.
No presente, a rua esta clara e me faz sentir frio. Não sei porque, mas ao passar em frente a essa rua, passo em frente a uma noite feliz do passado onde desconhecíamos nossa própria felicidade. Uma noite seria capaz de fazer-se presente em minha memória por todos os outros dias enquanto eu existir?!

Jeniffer M.

Vamos jogar

Ingratidão. Desdenho. Maldade. Mentira. Ilusão. Escolha seu personagem.
Vamos envolver pessoas no nosso jogo possessivo
Vamos iludi-las com falsas palavras
Vamos inflar nosso ego para nos satisfazermos
Vamos assistir de camarote a desgraça que causarmos
Vamos rir sobre lágrimas
Não vamos ligar para o que elas sentem
Aliás, quem sofrerá não seremos nós
Pois somos fúteis
Nem felizes, nem tristes
E não queremos evitar, queremos causar.

Jeniffer M.

terça-feira, 29 de março de 2011

De casos ao acaso, do acaso ao caso

De casos ao acaso
Do acaso ao caso
O acaso formou um caso
Onde a falta de sentimentos deparou-se com a esperança do sentir.
Uma bela jovem atua sozinha
E o publico alimenta suas fracassadas esperanças
Onde esta o seu par? Perguntam-se.
Ele não sabe. Ela responde.
Por que não contou para ele o seu papel na peça? Perguntam-se.
O medo de sofrer me impede de tentar. Ela responde.
E ele? Continua vivendo sua vida fútil e atraente.
E ela? Continua pensando sozinha e agora atua para ninguém
Pois a plateia deixou palavras ao vento
E abandonaram o solitário espetaculo.
Tenho medo do desdenho que pode me atingir
E das risadas que posso ouvir,
Ela pensa tentando parar de pensar no futuro que não vai ter
E em tão magnífico desempenho
Ela canta, chora, grita, sente, mas não sofre
E assim ela espera a hora em que tudo isso irá acabar
Para poder aplaudir seu belo desempenho sobre sua própria desgraça.

Jeniffer M.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Estão tentando

Certas teorias não se aplicam a realidade.
Estão tentando nos transformar em algo que não queremos ser
Chamam de vida aquilo que é adequado as suas teorias
Mas odiamos o contexto social que estão tentando nos vincular
Está pronto para fugir? Está disposto a fracassar?
E nunca foi tão difícil transcrever sentimentos em palavras...

Dink S.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Sinta como é não sentir

Uma criança vive em seus próprios sonhos sentindo o seu livre arbítrio
Suas noites frias são adormecidas com os cantos dos espíritos
Que clamam por sua estabilidade física e mental
A música encanta seus momentos.
A realidade é doce aos olhos que se desnorteiam com a existência de pouca beleza
Oh, linda criança é tão bom aprecia-la se afogando em inocência
És tão linda que me faz chorar e desejar seu fim
Diga adeus a todos os seus encantos
Entenda que este lindo circo dos horrores esta indo embora
Estão te abandonando,
Sinta.
Agora chegou a hora de aprender a viver
Venha sofrer
Sinta como é triste chorar
Sinta seu coração sangrar
Sinta a dor te possuindo
Sinta o processo de alienação que lhe foi empregado
Sinta como é agonizante não poder voltar no tempo
E esperar em silencio seu destino a te matar
Sua linda música morre a sua frente
Pois estão te ensinando a matar
Desgraças te perseguem no presente
Para mais uma linda historia acabar
Mas tenha esperanças que um dia sua paz voltará.

Dink S.

Não tente

Não existe o certo, nem o descabido
Não existe o feio, nem o agradável
Existe uma minoria oprimida e uma maioria dominante
Não tente julgar os outros sem ao menos saber quem é você
Não tente ditar as regras comportamentais quando nem se sabe realmente sobre sua existência.

Dink S.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Desabafo de um fracassado

Apenas sinto falta...
As lembranças de uma vida estão sendo destruídas pois estão plantado sofrimento em um corpo gélido
E saiba, a estupidez caminha ao lado.
O enforcamento da verdade nos aguarda no final
Qual o adjetivo cabível a esta situação onde a própria existência desaparece das próprias lembranças?
Não sinta o que não procuram sentir como pena, dor, amor...
Assim causo a solidão do futuro que me desdenha
E essas lágrimas que borram o desabafo de um fracassado resultará no meu próprio fim.

Jeniffer M.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

O que fui, o que serei, o que sou

O que você foi hoje? Saberá ao final do dia
Quem foi você? Saberá ao final da vida
Quem é você? Não há como saber com exata precisão
Já que o instante nunca acaba.

Jeniffer M.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Negligência proposital

Estamos imersos em arrogância
A negligência vulgariza sua vida
Pouco se sente daquilo que se espera
Família, amigos, amores?
Vivem longe do abismo sentimental.

Dink S.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

A diferença

Ser igual a todos é aterrorizante para você?
Querer ser mais, buscar a diferença e achar que é o que quer ser
Torna-nos iguais
A vida é a mesma, os sonhos são iguais
Todos vivendo da mesma forma descabida
Somos o que quisermos ser, então queremos ser diferentes
Logo, nos tornamos iguais;
Estamos presos na monotonia da vida, fomos abandonados pelo acaso
Estamos estrategicamente presos ao compasso do tempo.

Jeniffer M.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Dentro de sombras

Existem perguntas com várias respostas de poucas certezas
O que você é? Quem é você? O que quer? Por que existe?
Existem pessoas que buscam a inexistência
É apenas um corpo sobrevivendo? É mais que um nome vivendo?
Há um espelho refletindo sua vida
Ele não responderá suas perguntas, não demonstrará nem a certeza de que o reflexo será realmente você
Estamos existindo por passos fora de contextos.

Jeniffer M.