quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Me encontre

Dizer a você o que? Para que?
Possuo apenas pensamentos desnorteados
Abatendo sobre a certeza instável, provisória e escolhida
Carrego em meu peito olhares sem respostas
Respostas sem perguntas
Perguntas sem fundamento
Feitas e não ditas.
Escondo a verdade sem palavras
Mas denuncio-a com o olhar
Eu nunca tentei dizer, e nunca tentarei
Apenas conto com o acaso para mostrar-te a verdade
Olhe mais de perto, você irá notar.
Mesmo que dissesse tudo ou quase nada
Seria eu a me contradizer, perdendo-me em meu coração
Este coração apodrecido que sonha em pegar fogo
De que vale pensamentos perdidos, futuramente esquecidos?
Como sou, como é, como quero, como quer.
Aprecie um animal sentimental desejando o outro em si
Como um animal abatido tentando regozijar-se
Como desejou água, aventura e fim
No deleite, no prazer e satisfação.
Estou me confundindo noite a dia todos os dias
Imaginando tua boca sorrindo na imensidão
Pois cansei de comemorar a solidão ao anoitecer
Em lugares desconhecidos e escuros
Que encobrem defeitos aparentes a vaidade.
Está longe do saber o que pretendem fazer, sobre o que não pode parecer
Sou alma intrínseca aberta para te ter
Olhe para trás, estou a esperar-te
E de minha boca não saberá.
Observe a beleza da futilidade humana
É a vida a nos apartar sem necessidade de conhecimento
De que importam nomes?
Perdem-se na multidão
Não importa onde esteja, importa-me como esteja
Importa-me em controla-lo na carne.
Existem outros com vontades insaciáveis esperando saciarem-se
Que invadem-me de corpo e alma, longe do coração
Não desejo perder-me nesse futuro ordinário que me restou
Me perdi e encarecidamente lhe peço,
Me encontre.
Estou te procurando em baixo de tetos vazios
E não encontro nada que se assemelhe
Então espero pelo dia que dirá que não foi fácil me encontrar
Mas encontrará e todos esses desejos serão deleitados.
Aguardo acorrentada o dia em que me libertará
Destas correntes em que trancafiei-me
Espero o dia em que sentirmos febre
E recomeçaremos um futuro desconhecido
Que acabará aos nasceres do sol
E assim, não te esquecerei.
Mas caso não me encontre, morreremos no final do ano
Nada será real, tudo há de se perder
O tempo está a acabar, e você? Onde está?
Me encontre em teu corpo, logo.

Jeniffer M.

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