terça-feira, 21 de junho de 2016

Sirena

Os cabelos percorrem o feitio de suas costas
E as mãos desorientam-se no negrume denso
Caem-lhes sobre o rosto quando descomposta
E o olhar surge me suscitando prazer imenso

Suas recônditas vistas quando meio expostas
Revelam os mistérios dum dinamismo tenso
Entre uma natureza vivaz e melancólica
És uma sirena fascinante e sem consenso

Mas sua sedução ardil se confessa no sorriso
Condensando discretamente toda sua malícia
Suscitando sofreguidão em abdicar do paraíso

Para poder imergir em seu mar de delícias
Perante sortilégios pouco importa prejuízos
Relevante é morrer pela paixão que propícias.