quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Cinzas de uma flor que deixaram morrer

Encontrei em alguém admiração
Alguém que pouco fez para mim 
Alguém que fez perder-me em devaneios
E me perdi, e me esqueceram.
Agora meu mundo está simplório
São poucos aqueles que despertam fogo em uma flor
Mas as chamas cessaram, ficaram as cinzas
Vivendo uma heresia insatisfatória pessoal.
Mas o que querer eu que pouco sei, pouco sou
Contentar-me-ei com a nivelação social
Igualar-me-ei a pessoas que despertam-me repulsa e desinteresse
Assim como sou, deixarei de ser.
Estão desperdiçando tempo em diálogos desnecessários
Possuem conceitos que recaem a me julgar
E eu igualmente os julgo com teses sem fundamentos
Eis então que surge a famosa contradição a me contrariar.
Pergunto-me sobre o que ouso sentir
Questiono-me sobre o que ouso pensar 
Então sou aquilo que quero ser
Ou sou as cinzas de uma flor que deixaram morrer?
O vento está a me carregar e a te afastar
Perco-me em cada esquina, pisoteiam-me com elegância
Eu que pensei ser muito, fui reduzido a pó
E dentre cartilagens destruídas e falsas frenesias, encontro-me.
Caminho descalço por caminhos de vidro
Procurando orgias para me esquecer que um dia desejei te ter
São pessoas insignificantes que me restaram 
Sem deleites, sem interesses emocionais.
Percebo agora que me arrisquei sem saber em que me metia
Um jogo desonrado e fracassado interessado em causar danos
Escuro caminho com um óbvio fim, foi isto em que vim parar
É isto, apenas isto que me restara.

Jeniffer M.