quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Apaixonei-me por mim

Confesso-lhes repulsivos apreciadores de minhas desgraças
Apaixonei-me pelo ser mais imperfeito e interessante que posso conhecer
Que é exatamente o contrario do que detesto em vocês
Como poderia amar outro se não eu?
Após reconhecer que eu existia, nutri-me de esperança
Agora aguardo para podermos viver
No mesmo mundo que desejamos, do mesmo jeito que gostamos
Desejo-me e anseio pelo dia em que me encontrarei.
Sabemos de todos os nossos defeitos
E apreciamos as mesmas música ao anoitecer
Desfrutamos do mesmo prazer da mesma bebida
E selamos o mesmo compromisso com a mesma falta de responsabilidade.
As pessoas sofrerão por causa nosso descaso, assim como já sofrem
Mantemos e manteremos o mesmo tipo de relações casuais
Continuaremos sendo julgados pelo mesmo tipo de pessoas
E seremos igualmente fúteis e excêntricos.
Não pretendemos nos casar, não queremos nos igualar aos demais
Fugimos constantemente da monotonia da vida
E cansados rimos separados do diabo
Corremos enquanto é tempo, a morte está a nos espreitar.
Resolvi brincar de Deus e criei um mundo para mim
E dentro dele me perdi
O acaso nos desuniu e o meu eu afastou-se de mim
Agora estou aqui, e o meu eu está por ai.
Aguardamos aflitos para voltarmos a viver juntos no mesmo mundo
Mas agora que sabemos que existimos, concluímos
Nos desejamos tanto que é difícil acreditar que já estivermos juntos
Talvez nunca estivemos.
Entendam meus falsos amigos de falsos amores
Meu cigarro aceso e meu copo de vinho amargurado
Ajudam mais do que as mentiras pronunciadas
E pensando assim, em algum lugar estou.
Ou não esteja em lugar algum...

Jeniffer M.

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