quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

A mercê do meu próprio eu

Estou a mercê do meu próprio eu
Choro pelas ruas não escondendo minha solidão
Perguntam-me porque choro e confesso-lhes de antemão
Choro pois estou só em um mundo sem explicações.
Estas pessoas me causam repulsa, desistiram de pensar
Não querem mais saber o que são ou deixaram de ser
O que faz no mundo sem crer em você?
Mas é descrevendo-os que quase me reconheço
Desejo então tornar-me um inapto.
Eu que admiro as águas que correm em meus pés
Canto como pássaros em meu pequeno coração
Adormeço com a fria brisa do anoitecer que cheira a morte
Não possuo liberdade para ser o que eu quiser.
Tentei abandonar o que estava prestes a me tornar
Larguei meu povo sorrindo, e eles igualmente me sorriram
Perdi meu passado por não desejar perder-me no presente
E agora, não há nação que me aceite.
O que farei eu em instável situação? Não farei
Continuarei a sonhar mais do que viver
E acordado continuarei a me embriagar
Pois é embriagado que esqueço os motivos que me fizeram assim ficar
E começo a cantar, começo a sorrir, volto a ser uma criança iludida.
Mas na realidade, sou crescido e julgado como louco
E não tenho certeza sobre minha sanidade
Dolorido é pensar que loucos são os outros que vivem sem pensar
Então declaro, cansei de tentar me encontrar neste mundo que não foi feito para mim
Quando é que meus olhos deixarão de se abrir?

Jeniffer M.

Nenhum comentário:

Postar um comentário