sábado, 17 de novembro de 2012

Cândido Arlequim

Dentro do picadeiro vivia Cândido Arlequim
Sempre embriagado, de cabeça estouvada
Era a alegria da trupe com tanta palhaçada
Vivia sua puerícia como se fosse sem fim.

Dentro do picadeiro caiu Cândido Arlequim
Machucado, foi troça boa entre a criançada
Enfurecido, distribuiu abundantes bofetadas
Foi nota trivial em um decadente folhetim.

Fora do picadeiro ficou Cândido Arlequim
Levando pontapé dos afáveis camaradas
Receou de tudo ser uma atroz emboscada
Bramiu lôbrego, clemente: Coitado de mim!

Hoje não se chama Cândido, nem Arlequim
A amargura agora é sua única e fiel amada
Já não possui recordação das velhas risadas
E os guizos do coração já não fazem tlintlin.

Jeniffer M.

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