quarta-feira, 18 de abril de 2012

Aniquilação pessoal

Há um lago em meu coração, chama-se quimera
Há muito tempo escolhi afogar-me por ali
Mantive-me imersa por anos que não ouso contar
Por medo de constatar que há muito deixei de realmente sorrir.
Sentidos e pensamentos permaneceram errados por opção
Afigurei-me em ser o que não era e no que nunca serei
E agora, é com grande desprezo que lhes peço
Não me deixem sozinha com estes novos pensamentos, emergi.
Pudera eu continuar na utopia que criei, emergi sem querer
E agora já não sei o que fui, já não sei quem sou
Ter noção do real e cegar minhas esperanças? Não, não quero
Não deixem a consciência dominar-me de tanto desespero.
Mudei sem querer ter mudado e tão doloroso é admitir isto
Pois agora contrario o que eu dizia acreditar
Dizia eu sermos o que quisermos ser
Mas agora prepondera-me de que nada posso fazer para mudar.
Assuma a culpa de teu sofrimento pois deixaste-te sofrer
Assuma as consequências que te abalam pois as conhecia antes de errar
Escolha quem te fará bem, encarregue-se, seja forte, reaja, mude!
Era o que eu dizia...
Mas e agora?
Sinto-me fraca o suficiente para não acreditar nas palavras passadas
E a todos que acostumaram-se a me ver forte e decidida
Não se assustem quanto me verem cair
E gracejem caso achem graça de minha aniquilação pessoal.
Então, solenemente lhes peço
Não me deixem sozinha com os pensamentos que vocês me causam
Enxuguem as lágrimas que vocês me fazem derramar
Não me deixem na solidão em que vocês me acorrentaram
Consolem minhas ilusões fracassadas que vocês alimentaram.
Acho que finalmente estou sendo eu mesma
Um eu fracassado, sensível e iludido
Tão estúpido, reles e ordinário
Que me envergonho.
Se vocês soubessem como é doloroso admitir isso...
Ririam mais ainda.

Jeniffer M.

6 comentários:

  1. suas palavras me tocão
    e suas espreçoes me facinão

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  2. Pois agora contrario o que eu dizia acreditar
    Dizia eu sermos o que quisermos ser
    Mas agora prepondera-me de que nada posso fazer para mudar.
    Assuma a culpa de teu sofrimento pois deixaste-te sofrer
    Assuma as consequências que te abalam pois as conhecia antes de errar
    Escolha quem te fará bem, encarregue-se, seja forte, reaja, mude!
    Era o que eu dizia...
    Mas e agora?


    Está dizendo que oquê você acreditava pode não ser o certo, e que você talvez estivesse errada sobre sentimentos??

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    Respostas
    1. No caso, o eu lírico diz que não consegue ser forte como foi um dia e acaba duvidando se estava realmente certo.

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  3. Estou convencido de que não apenas nos amamos nos outros, mas também nos odiamos neles. --Georg Lichtenberg

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  4. Nossa Jeniffer, parabéns pela criatividade e a facilidade de manusear as palavras, fiquei encantada com seu blog. :-)

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